Polícia Civil de Andradina prende marido suspeito de matar técnica de enfermagem por asfixia

Quarta, 21 Agosto 2024 00:21
ACUSADO DE MATAR TAILA SOUZA SE APRESENTA À POLÍCIA E É PRESO EM ANDRADINA
 
Victor Nogueira Carvalho, acusado de matar Taila Souza, foi preso ao se apresentar, na tarde de hoje (15), com seus advogados na Delegacia Seccional de Andradina (SP) após a expedição de um mandado de prisão preventiva.
 
A decisão pela prisão preventiva foi da 14ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que julgou recurso do Ministério Público contra a liberdade provisória concedida pelo juiz plantonista a Victor.
 
O MP sustentou a necessidade da prisão em razão da violência, do risco que a soltura trazia para a colheita das provas, além do risco de fuga.
 
Para o Ministério Público, estavam cumpridos os requisitos necessários para manutenção da prisão logo após o flagrante.
 
Conforme a decisão do relator Marco de Lorenzi, a morte da vítima foi comprovada pelo exame necroscópico, que inclusive "aponta tecnicamente que a morte se deu por meio cruel".
 
O relator considerou ainda os fatos extremamente graves, havendo a necessidade de garantir a ordem pública diante da periculosidade do acusado.
 
Segundo o relator, Victor utilizou um travesseiro para asfixiar sua companheira "deixando-a agonizar até a morte".
 
"É óbvio que a ordem pública fica ameaçada com homicídas ou supostos homicídas em liberdade. Se presos ameaçam-na, imagine-se se em liberdade!", declarou o relator.
 
A delegada Carolina Tucunduva, responsável pela investigação, informou ao Ilhadenoticias.com que deve concluir o inquérito na próxima semana.
 
"Estava aguardando alguns laudos, ouvi uma testemunha de defesa e nossos trabalhos estão concluídos", declarou.
 
Agora, o inquérito passa pela análise do Ministério Público, que poderá ou não oferecer a denúncia contra Victor Nogueira Carvalho por feminício.
 
 
O caso
A técnica de enfermagem Taila de Souza dos Santos foi encontrada morta em um quarto que fica nos fundos da casa na Rua N, no bairro Novo Horizonte, na noite do dia 9 de maio, em Ilha Solteira (SP).
Em depoimento à Polícia, a mãe do suspeito disse que recebeu uma ligação do filho pedindo para chamar o Resgate do Corpo de Bombeiros, pois acreditava que Taila estava morta.
A mulher ainda relatou que Victor disse, por telefone, que deixou a casa com receio de ser preso.
Taila estava deitada em um colchão no chão do quarto com sinais de asfixia, com um travesseiro em cima dela. Segundo a Polícia, não havia sinais de consumo de medicamentos.
Testemunhas informaram que o casal possuía um relacionamento conturbado, sempre havendo conflitos.
Victor se apresentou à polícia na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Ilha Solteira e foi preso em flagrante. Na audiência de custódia, ele negou o crime contra Taila.
Ao conceder a liberdade provisória, o juiz considerou que “há prova da existência do crime e os indícios suficientes de autoria se encontram indelevelmente demonstrados pelas provas coligidas em solo policial. No entanto, verifico que, considerando a primariedade do custodiado, sua entrega espontânea à autoridade policial, bem como a existência de ocupação lícita, não se encontram presentes nenhum dos requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal”.
Acompanhado de um advogado, Victor se apresentou à polícia no dia seguinte ao crime e foi preso em flagrante suspeito de feminicídio.
De acordo com a Polícia Civil, ele disse que teve um desentendimento com Taila e, durante a briga, afirmou que a esposa desmaiou, mas negou que tenha cometido o assassinato.
Na audiência, o juiz considerou o réu primário dele, ter residência fixa e registro em carteira, por isso, não decretou a prisão preventiva.
 

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