Visto como um ferrenho opositor do atual prefeito Salvador Matsunaka (PSD), Milton deve ter ao seu lado Marcão do Povo, que ficou em terceiro lugar nas últimas eleições. Segundo ele, essa união é necessária para enfrentar “um grupo que está à frente da Prefeitura há 28 anos”.
Confira a entrevista completa que ele concedeu ao jornal AGORA NA REGIÃO.
O que o levou a lançar sua pré-candidatura a prefeito por Lavínia?
Foi uma decisão do grupo. Nós temos um grupo de amigos e colaboradores que têm se encontrado há alguns meses e em março deste ano foi definido que meu nome era o escolhido juntamente com o Marcão como pré-candidato a vice. Foi uma decisão coletiva.
Como está sendo essa mudança entre Legislativo e eventual cargo no Executivo?
Sou um competidor de judô. E eu tenho essa essência de disputa e excelência desde pequeno. Quando convidado, eu não pensei duas vezes em aceitar uma vez que, enquanto vereador, apesar de buscar fazer as coisas de forma justa e tentar atender a maioria da população e não um pequeno grupo, uma minoria na Câmara acaba tendo suas frustrações. Então, ser um pré-candidato ao Executivo é uma forma de poder servir a todos de forma justa e igualitária toda a população.
Você foi um dos que votaram contra o aumento salarial de prefeito e vereadores para o próximo ano. Mantém sua posição contrária?
Eu fui contrário ao valor proposto. Não havia argumento que justificasse o tamanho do aumento. Para prefeito foram mais de 100% de aumento e para vereadores mais de 200%. Não há como justificar que em outras legislaturas não houve aumento, porque houve sim. Eu demonstrei. Eu ainda me posiciono contra e acho que deve haver um ajuste deste salário para a realidade do município. Se falarmos em comparação com a região, Araçatuba, naquela época, já tinha um salário maior que o do prefeito de lá. Volto a repetir, se pegarmos dados do IBGE, metade da população tem renda menor que meio salário mínimo. Como o prefeito vai ganhar um valor desses? Por isso, é necessário readequar para a realidade do município.
Quais são os principais desafios a serem solucionados que você enxerga para a cidade?
Em termos de desafio, nosso grupo vai enfrentar um grupo que está à frente da Prefeitura há 28 anos. Então, meu objetivo como pré-candidato é trazer uma administração mais democrática. Um dos desafios é aproximar a Administração Municipal da população e trazer essa confiança do Poder Público. E isso é feito quando você abre as portas para a população com tratamento digno e sem discriminação, que hoje é um dos fatores que prejudicam muito a população de Lavínia, que é esse tratamento desigual. Em termos de estrutura, vou dar um exemplo do índice do ICM. Em 2020, a nota obtida no Município foi de 7,86 e naquela ocasião acabou liderando o ranking estadual de municípios de até 20 mil habitantes. Hoje, a nota é de 6,54. Isso mostra uma queda no que diz respeito à gestão e governança. Então, não podemos pautar apenas em obras e enfeites para mostrar para a população. Temos que dar um olhar maior para o atendimento do povo, para capacitação e atenção ao cidadão.
Seu pré-candidato a vice já foi um apoiador do atual prefeito. Como é essa sua relação com ele?
O Marcão, em 2020, foi um dos três candidatos que concorreram na época. E nesta união conosco, a ideia do Milton ser o pré-candidato a prefeito foi bem aceita por ele. Não temos nenhum tipo de indiferença. Na verdade, temos um objetivo comum que é trabalhar em prol da população. Periodicamente estou me reunindo com ele, traçando os objetivos e demandas. Estamos em plena sintonia. Ele foi uma terceira via na última eleição, hoje estamos unidos.
Como começou sua trajetória até ser vereador?
Eu nasci em Araçatuba. Estudei em escola pública. Fui formado em topografia, que é a mesma formação do meu pai. Depois fiz Direito na Unitoledo. Fui aprovado na OAB. Cheguei a trabalhar na Santa Casa de Araçatuba. Foi uma experiência e tanto no setor de oncologia. E depois me tornei supervisor do Bradesco Seguros e coordenava alguns bancos. Logo após, passei a estudar para concursos. Passei no concurso de agente penitenciário e fui para Guarulhos por pouco mais de quatro anos. Depois pedi exoneração para trabalhar em um projeto social em São José do Rio Preto, onde coordenei 14 professores com mil crianças atendidas. E lá em Rio Preto, já casado, meu primeiro filho nasceu em Araçatuba e a minha filha em Rio Preto. Comecei a estudar novamente e passei no concurso de escrivão de polícia. E na classificação, eu fiquei em primeiro colocado. E tive a oportunidade de escolher o município no qual iria trabalhar entre Araçatuba e Lavínia. E quando escolhi Lavínia, foi pensando na minha família. Minha esposa é de Mirandópolis. Também pensei em um lugar que desse conforto para os nossos filhos. Este ano faz 10 anos que trabalho como escrivão em Lavínia. Fui candidato eleito graças a um trabalho com a comunidade. A minha escolha por Lavínia não foi por acaso.