A possibilidade do Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), entrar com um projeto de concessão da BR-262, foi vista com entusiasmo, principalmente pelos prefeitos das cidades que abrigam fábricas de celulose e que dependem diariamente da rodovia.
Durante o lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), nesta quinta-feira (21), novamente, Riedel voltou a comentar que está se reunindo com ministros para realizar a concessão da BR-262. Na solenidade, os prefeitos de Três Lagoas e de Inocência comentaram que há anos esperam a duplicação da rodovia, a qual, tem registrado grande número de acidentes.
A obra não foi incluída no PAC, mas o governador não descarta a possibilidade de ‘assumir’ a situação. Riedel diz que tem se reunido com ministros para tentar solucionar o problema.
Mato Grosso do Sul tem duas fábricas de celulose em operação e mais duas em construção. Com a chegada das indústrias, os municípios que abrigam os grandes empreendimentos recebem milhares de novos moradores e há anos a BR- 262 serve como principal trecho de transporte logístico para as fábricas e trabalhadores.
O prefeito de Três Lagoas, Angelo Guerreiro (PSDB), explica que a cidade tem duas fábricas de celulose, sendo a Suzano e a Eldorado. A BR-262, também conhecida como ‘Rodovia da Morte’ ou ‘Rota da Celulose’, tem sido um transtorno para os motoristas que dela dependem diariamente.
Com a chegada das fábricas na cidade, pessoas de todo o Brasil e até de outros países se instalaram em Três Lagoas em busca de melhores condições de vida. Com o aumento da população, o tráfego pela rodovia cresceu e sucessivamente, os acidentes também. Guerreiro diz que há anos a população espera pela duplicação e vê a possibilidade de concessão com entusiasmo.
O mesmo acontece na cidade de Inocência. O prefeito do município, Antônio Ângelo Garcia dos Santos, o Toninho da Cofabi (DEM), também consegue ver de perto a grande transformação que a cidade está passando. Com a construção de uma fábrica de celulose, do grupo chileno, Arauco, o Chefe do Executivo diz que as obras da indústria mal começaram e a população já saltou de aproximadamente 8 mil para 11 mil.
Prefeito de Inocência. (Foto: Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)
“Estamos nos preparando para receber esse grande investimento. Seguimos organizando o município para receber os novos moradores e amenizar os impactos que estão chegando em Inocência. Temos noção do que pode acontecer e como uma indústria muda uma cidade. Hoje, a BR-262 é uma situação crítica e tem um risco incalculável de acidentes. Precisamos que ela seja duplicada para oferecer um conforto para a população. No horário de pico, demorei mais de 2h no trecho de Campo Grande a Ribas do Rio Pardo. O trânsito está intenso, com carretas, caminhões e veículos de passeio. Estamos passando por um momento muito delicado”, disse.
Além de Três Lagoas e Inocência, uma fábrica de celulose, a Suzano, também está em construção na cidade de Ribas do Rio Pardo, que fica distante aproximadamente 90 quilômetros de Campo Grande. Já em fase final, o empreendimento tem previsão de entrar em operação no primeiro semestre de 2024. Por ser próxima da Capital, o trecho da BR-262 que liga as duas cidades tem sido um dos mais perigosos da rodovia no Estado.
O vereador de Três Lagoas, Issam Fares, do Podemos, é o responsável por realizar audiências públicas nas Câmaras de várias cidades que dependem da BR-262. Nos encontros, os parlamentares e a população estudam possibilidades para conseguirem a duplicação da rodovia.
Vereador de Três Lagoas, Issam Fares. (Foto: Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax).
Uma audiência pública para debater o tema já foi realizada em Três Lagoas, Campo Grande, Ribas do Rio Pardo e agora, a Câmara dos vereadores de Inocência também deve receber o debate. Issam foi presencialmente no evento do lançamento do PAC e aplaudiu a possibilidade de a rodovia ser duplicada.
“Eu achei o posicionamento do governador muito positivo. É um sinal que se as autoridades de Mato Grosso do Sul estão encaminhando as demandas para o Governo Federal. É importante esse reconhecimento. Toda população do Estado e nós, da Costa Leste, tem a esperança que a duplicação vai sair do papel”, disse.