Assassinato dentro da penitenciária de Andradina expõe rixa entre facções criminosas
Quarta, 01 Fevereiro 2023 06:00Detento Paulo Henrique Alves Silva, 36 anos, estava na cela do pavilhão da disciplina e foi assassinado na noite de domingo; ele foi encontrado com o peito aberto por lâmina
O detento Paulo Henrique Alves Silva, 36 anos, que cumpria pena na penitenciária de Andradina, foi assassinado na noite do último domingo, 22. Ele foi encontrado já sem vida, na cela do pavilhão de disciplina, com o tórax aberto com golpes de lâmina de barbear. Luan Soledade da Silva, 28, sentenciado que estava com ele na cela, assumiu a autoria do crime e deve ser indiciado por homicídio qualificado
O assassinato foi comunicado à Polícia Civil pelo agente de segurança penitenciária por volta das 19h30. Ele disse ter escutado uma gritaria e pancadas nas portas da cela do pavilhão. Segundo o agente, na cela onde o corpo foi encontrado estavam apenas o investigado e a vítima, que estava com uma toalha enrolada ao pescoço e com o tórax aberto.
Este seria mais um indício de uma guerra de poder dentro da smuralhas que se arrasta há quase uma década, entre duas facções rivais.
Ao lado do corpo encontrado no presídio em Andradina havia um pedaço de barra de ferro pontiagudo e um pedaço de madeira com uma lâmina de barbear na ponta. Ao ser questionado, Luan assumiu o assassinato e falou ter matado Paulo Henrique, sob argumento de que ele pertenceria à facção "Cerol Fininho".
A "Irmandade de Resgate do Bonde Cerol Fininho" é uma das nove facções violentas criadas no sistema carcerário do Estado e é rival do Primeiro Comando da Capital, o PCC. Seu fundadador é Marcos Paulo da Silva, conhecido como Lucifer, que se orgulha em dizer que já matou 48 inimigos dentro dos presídios paulistas, berço das facções criminosas, desde que foi preso, em 1995.
Segundo a SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária), o detento foi condenado a 217 anos e três meses de reclusão, é acusado por seis homicídios e ainda por ter ordenado a morte de outros dois detentos, em fevereiro de 2015.
Guerra entre facções
As duas facções travam uma guerra sangrenta e bárbara que se arrasta pelo menos desde 2015, quando integrantes do "Cerol Fino" teriam assassinado dois rivais do PCC na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau: além de sofrer estrangulamento, os detentos tiveram a região do abdome cortada à navalha e as vísceras arrancadas.
Com capacidade para 781 detentos, a penitenciária de Presidente Venceslau é considerada um “barril de pólvora” por comportar detentos de diversas facções em diferentes raios que separam os paviçhões. Além da "Cerol Fino", integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), do CRBC (Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade) e da carioca ADA (Amigos dos Amigos) estão detidos no presídio.
Investigação
O delegado que presidiu a ocorrência determinou a realização de perícia antes da remoção do cadáver. Questionados, os sentenciados que estavam nas outras celas do pavilhão alegaram não terem ouvido barulho ou pedido de socorro do local do crime.
Ainda de acordo com o que foi relatado, em depoimento Luan optou por permanecer em silêncio e irá se manifestar apenas em juízo.
FONTE: FOLHA DA REGIÃO
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