A Polícia Civil de Birigui (SP) vai instaurar inquérito para apurar a causa da morte do policial penal Rinaldo Rodrigues Figueiró, 52 anos, ocorrida na madrugada do último sábado (10) na Santa Casa da cidade. A esposa dele pediu que a empresa funerária suspendesse a preparação do corpo, para que exame necroscópico aponte a causa da morte.
A reportagem tomou conhecimento do caso na noite de terça-feira (13), após receber um comentário contestando a nota de falecimento publicada pelo Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo).
Na nota, a entidade informa que Figueiró trabalhava na penitenciária de Avanhandava como agente de escolta e vigilância penitenciária e havia atuado também na penitenciária 1 de Lavínia.
Ainda de acordo com a nota, ele teria morrido na segunda-feira (12) em virtude de complicações por uma enfermidade no estômago, quando estava internado para tratamento na Santa Casa de Birigui, após sofrer uma parada cardiorrespiratória.
Investigação
Após tomar conhecimento da contestação da causa da morte, o Hojemais Araçatuba apurou que ainda na madrugada de sábado, horas após o óbito ser constatado, foi registrado um boletim de ocorrência comunicando óbito.
Nele, a esposa da vítima pediu que o corpo fosse encaminhado para exame necroscópico para que laudo aponte a real causa da morte de Figueiró. Ela informou à polícia que o marido dela procurou atendimento no pronto-socorro por volta das 16h de sexta-feira.
Ele queixava de dor no abdome, que estava inchado porque havia dias que ele não conseguia ir ao banheiro. De acordo com a mulher, Figueiró tomou medicação, mas como apresentava pressão baixa, foi levado para o setor de Emergência, onde não pode ter acompanhantes.
Assim, ela permaneceu na recepção e por volta de 21h30 foi procurada por uma enfermeira, que a levou até a emergência. Ainda de acordo com a mulher, o marido dela apresentava aparência pálida, estava de fralda e respirava com auxílio de oxigênio.
Massagem
O médico teria dito a ela que o paciente estava estável, aguardava vaga para internação na Santa Casa e passaria por exames para descobrir a causa do problema. O médico ainda teria informado que havia feito bastante massagem na barriga de Figueiró e feito a medicação com Simeticona.
Por fim, ele teria orientado a esposa da vítima a retornar ao pronto-socorro às 11h de sábado, para saber se ele permanecia na Emergência ou já havia saído a vaga na Santa Casa.
Morreu
Porém, por volta da 1h de sábado a mulher recebeu telefonema a Santa Casa, pedindo a presença dela, pois Figueiró havia dado entrada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
De acordo com ela, o médico perguntou qual seria o problema de saúde do marido dela e ela explicou que ele tinha "síndrome do intestino irritável" e fazia o controle da pressão arterial com medicamentos.
Ainda de acordo com a mulher, o médico contou que Figueiró havia morrido após sofrer parada cardiorrespiratória em decorrência de uma perfuração no intestino. Ele teria dito ainda ainda que até houve uma tentativa de cirurgia, mas ele não resistiu.
Investigação
A mulher contou à polícia que o marido dela havia sido consultado por vários médicos, exames comprovaram que ele não tinha doença grave no intestino e que a síndrome era emocional, não havendo risco de morte.
Ela relatou ainda à polícia que ao saber da morte, relacionou a perfuração do intestino com as várias massagens que o médico havia dito que havia realizado no pronto-socorro. Na declaração de óbito consta que a morte se deu por parada cardiorrespiratória e o corpo foi liberado para a empresa funerária preparar para o velório e enterro.
Entretanto, por haver dúvida sobre a causa da morte, a esposa de Figueiró solicitou à empresa a interrupção do procedimento e procurou o plantão policial para que o caso fosse investigado.
O delegado que registrou a ocorrência determinou que fosse expedida requisição para exame necroscópico e o corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para apurar a real causa da morte.
Prefeitura
Às 9h46 de hoje a reportagem encaminhou e-mail à assessoria de imprensa da Prefeitura de Birigui pedindo informações sobre o atendimento prestado ao paciente no pronto-socorro. Até às 19h não houve resposta.