A Polícia Civil de Birigui (SP) ouviu nesta quinta-feira (27), um pedreiro de 45 anos, investigado por ter fugido sem prestar socorro à vítima após bater o carro que conduzia de frente com uma Honda Biz.
O caso aconteceu no dia 14 deste mês e a vítima, uma mulher de 44 anos, sofreu várias fraturas e precisou passar por cirurgias. O acusado admitiu ter fugido, alegando medo de ser agredido, e escondeu o carro, que deve ser periciado.
O boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar foi apresentado na delegacia no dia 17. Nele consta que a colisão teria ocorrido por volta das 19h30, na rua José Antônio Alexandre, que fica no Distrito Industrial Jorge Issa Júnior.
Chegando ao local a vítima já havia sido socorrida, a motoneta dela já havia sido removida e o condutor do VW Gol que teria provocado a colisão havia fugido com o veículo, por isso, não foi possível realizar perícia.
Marido
Os policiais conversaram com o marido da condutora da Biz, que contou que ela seguia sentido bairro, voltando para casa, quando teve a motoneta atingida pelo Gol, que teria invadido a contramão de direção, provocando a colisão frontal.
Após o caso ser comunicado à Polícia Civil, um inquérito foi instaurado e com auxílio de imagens de câmeras de monitoramento e outros meios de investigação, o investigado foi identificado.
Medo
O pedreiro foi ouvido pela manhã no 2º Distrito Policial e alegou que estava retornando do trabalho de reforma de uma residência no bairro Manoela. Disse que no caminho resolveu passar na casa de um cunhado e após a visita, quando seguia pela rua José Antônio Alexandre, a motoneta teria invadido a contramão.
O investigado alegou ainda que tentou desviar, mas não conseguiu evitar a colisão, que causou danos na frente do carro. Disse ainda que parou, engantou marcha a ré e viu que a condutora da Biz estava caída no chão.
Porém, de acordo com ele, três pessoas se aproximaram dizendo que ele havia atropelado a vítima. Por medo de ser agredido e devido ao licenciamento do carro estar atrasado, ele decidiu fugir sem prestar socorro.
Imagens
Apesar da versão apresentada por ele, imagens de câmeras de monitoramento mostram o carro seguindo pela contramão na rua, que estava recém-recapeada e com a sinalização de solo entre as faixas ainda sem pintar.
As imagens mostram ainda que o carro deixa o local imediatamente após a colisão, sem voltar para prestar socorro.
O investigado contou que chegando em casa telefonou para o cunhado dele, informou o que havia acontecido e teria sido comunicado que a vítima já havia sido socorrida.
Sobre o carro, disse que após a colisão decidiu guardá-lo em sítio, não tendo feito nenhum reparo, e se comprometeu a apresentá-lo para ser periciado. O caso é registrado como lesão corporal na condução de veículo e fuga de local de acidente.
Ajuda
A reportagem falou por telefone com o marido da vítima, que confirmou que a esposa dele teve que passar por cirurgias devido a fraturas nos dois braços e no quadril, também está com os pés imobilizados e terá que ficar 90 dias sem por os pés no chão. "Mudou totalmente a nossa vida por causa de uma irresponsabilidade", comentou.
Ele explicou ainda que a família teve que alugar uma cama e um colchão especial para dar seguimento ao tratamento da esposa dele em casa, sem falar das despesas com os medicamentos. A família lançou uma vaquinha na internet e o dinheiro que já foi arrecadado está ajudando a cobrir as despesas até o momento.