O evento contou com a presença do delegado seccional José Astolfo Junior, os delegados assistentes seccional, Marcelo Zompero e Carlos Falsirolli, além de vários policiais civis, entre eles investigadores, escrivães, agentes policiais e população convidada a participar do evento.
O Dr Astolfo falou sobre a importância dos policiais civis se unirem e observarem a sí mesmos, olhar para dentro deles mesmos e estarem abertos ao diálogo, expondo tudo aquilo que os aflige.
O Dr Marcelo Zompero lembrou que a cada 40 segundos uma pessoa morre de suicídio no mundo e nesse hanking estão os policiais no geral (civis, militares), bombeiros e médicos. “Infelizmente pessoas que estão linha de frente de proteção a vida, mas a sua também precisa de cuidades”, disse o delegado em sua fala. Zompero vem realizando uma série de palestras sobre o tema em repartições públicas da cidade e região.
PRESENÇA DO PÚBLICO
Além dos policiais civis daquela Delegacia Seccional, foram convidadas algumas pessoas que passaram na rua para participarem do evento, receberam como mimos bombons com frases motivacionais. O fato foi registrado em fotos pelos policiais civis.
Setembro amarelo: precisamos falar sobre a saúde mental
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, o suicídio é a quarta causa de morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal entre os jovens brasileiros de 15 a 29 anos. Dados da OMS também apontam que o suicídio é considerado a segunda causa de mortes entre jovens no mundo, depois de acidentes de trânsito.
Os números da OMS dão conta de que, em todo o mundo, os casos de suicídio chegam a 800 mil – todos os anos morrem mais pessoas como resultado de suicídio do que de HIV, malária ou câncer de mama – ou ainda guerras e homicídios. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, uma média de 38 suicídios por dia. A cada 100 mil homens brasileiros, 12,6% cometem suicídio; entre mulheres, a comparação aponta para 5,4% casos de suicídio a cada 100 mil mulheres brasileiras.
DADOS ALARMANTES
Os dados são alarmantes, e mesmo assim pouco se fala sobre o suicídio. A razão disso pode estar no fato de que esse é um assunto considerado tabu e cheio de estigmas, seja por uma questão cultural, religiosa ou até mesmo por medo e vergonha. Acontece que muito se pensa sobre o assunto de uma forma simplista, como se a pessoa que tira a própria vida desistiu, não teve força suficiente, entre outros. A verdade é que a pessoa em intenso sofrimento quer apenas se libertar dele e esses estereótipos provocados pela falta de informação só dificultam a busca por ajuda e, consequentemente, inibe uma prevenção bem-sucedida.
O suicídio é um fenômeno complexo que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero. Sendo assim, pode ser resultado de uma interação de fatores psicológicos, biológicos, culturais, socioambientais e até mesmo genéticos. Dessa forma, não é correto e nem justo encarar a situação de uma forma simples tendo como base acontecimentos pontuais na história do indivíduo. É a consequência final de um processo.
Alguns sinais de alerta
Segundo Rafael Bernardon Ribeiro, médico psiquiatra pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Doutor pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e atual Coordenador-geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, muitos casos de suicídios estão relacionados a alguma doença mental, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia. Mas além disso, o abuso de substâncias psicoativas, como o álcool, também pode estar associado como um fator de risco importante.
Em relação ao comportamento que serve de alerta, o médico destaca que as pessoas que cometem suicídio são mais regularmente solitárias. Então, quando se identifica um indivíduo que está em situação de desamparo, desesperança e com pensamentos negativos, por exemplo, vale ligar o alerta.
De acordo com a campanha proposta pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para o Setembro Amarelo, alguns outros sinais complementam essa lista.
Identifiquei os sinais, e agora? O que fazer diante de uma pessoa sob o risco de suicídio?
A primeira coisa, segundo aconselha Rafael Bernardon, é não julgar e/ou desqualificar o sofrimento da pessoa. O médico lembra que nesse processo existem uma série de fatores que alteram a visão dessa pessoa sobre o mundo, que alteram o seu processo de decisão. Ou seja: existe um afunilamento que faz com que a pessoa não veja outra saída.
Portanto, não devem ser ditas frases ou comentários como: “Isso é fraqueza”, “É por isso que quer morrer? Já passei por coisas bem piores e não me matei”, “Você quer chamar a atenção”, “Isso é falta de Deus”, “Tantas pessoas com problemas mais sérios que o seu, siga em frente”. Nessas horas, o médico reforça que é preciso ser compreensivo, compassivo, acolher a pessoa e buscar ajuda profissional.
Onde buscar ajuda?
– CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde).
– UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais
– Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita)
Centro de Valorização da Vida – CVV (com sites especializados)
Manoel Messias – agência
Fotos: Divulgação
FONTE: JR