Vivendo na Casa do Morador de Rua de Andradina, há 22 anos, Leonardo Arcanjo (49), nascido em São Paulo, sempre foi considerado uma pessoa tranquila. Ele apresenta dificuldades cognitivas, sendo diagnosticado com CID F71 (Retardo Mental).
Pela sua condição ele não realiza trocas de conversas e nem consegue expressar os seus sentimentos, e diante disso, nunca contou sobre a sua família.
A vida de Leonardo mudou no dia 30 de março quando a sua irmã Josiane Arcanjo, moradora de São Carlos, descobriu que ele estava na entidade CAMOR, após um amigo ter aconselhado ela a pesquisar o nome dele no Cartório Eleitoral, descobrindo o cadastro dele em Andradina. Restava descobrir onde ele estava e assim ela passou a ligar nas Unidades Básicas de Saúde de Andradina até descobrir em qual deles ele fazia tratamento descobrindo assim o endereço de uma entidade. Uma nova pesquisa virtual descobriu-se que ao lado da entidade havia uma oficina onde, por telefone, um funcionário comentou que poderia ser a CAMOR que ficava ao lado, e a partir disso, Josiane pesquisou o nome da entidade na página do Facebook, visualizando a foto de seu irmão, da campanha do Natal Solidário.
Após ter a certeza de que seu irmão estava vivo ela informou a mãe, Nair que chegou até a duvidar, já que tinha medo de se frustrar.
A irmã mandou uma mensagem através da página da rede social perguntando sobre Leonardo e um membro da diretoria informou os contatos da equipe técnica para que pudesse estar entrando em contato. Ela foi transferida para o atendimento com a psicóloga da entidade e teve todas as informações necessárias sobre o seu irmão, relatando então que gostaria de encontra-lo.
A Camor entrou em contato com o CREAS através de Hiran Nunes, assessor de reinserção social, que ajudou a organizar o reencontro da família. Assim, o CREAS forneceu três passagens ida e volta entre Bauru e Andradina, para a mãe Nair Albino, sua irmã Josiane Arcanjo e a sobrinha Larissa Arcanjo. Também foram custeadas diárias em um hotel próximo à rodoviária para a família. As despesas do trecho Bauru São Carlos foram custeadas pela prefeitura daquela cidade.
O encontro celebrou o fim de uma espera de quase 30 anos. A família realizou o sonho de estar perto do ente desaparecido que voltou para junto da família, em São Carlos, para recomeçar a sua vida com elas e poderem aproveitar a presença dele.
“É uma história que comoveu a todos q que foi possível graças a solidariedade e amor de uma família que não desistiu de um filho”, disse a Secretária de Promoção e Assistência Social, Silvana Silva.
