O assessor especial da Secretaria de Logística e Transporte do Estado, Luis Alberto Fioravante, fez uma demonstração das ações já realizadas, como a redação de uma lei estadual para o setor - que está em análise na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado) - que cria um marco legal para investimento e exploração dos serviços. Foi citada, ainda, a instituição de uma agência reguladora específica para as ferrovias, que seria apartada da Artesp.
Fioravante afirmou que atualmente o Estado, e principalmente a região, vivem um “apagão logístico”. De acordo com os dados apresentados, metade dos cerca de cinco mil quilômetros da malha ferroviária no Estado está ociosa, pouco utilizada ou totalmente sem operação. Apenas 11% do transporte de cargas e passageiros no Estado é feito por trens. A rodovia ainda é a mais utilizada, concentrando 84% da carga.
A estratégia de retomada conta com investimentos estatais e privados. Será estimulada a construção de ramais de curta e média distância para atender às empresas e fazer a intermodalidade com o rio, rodovias e até aeroportos. Fioravante disse que a iniciativa privada já demonstrou interesse em investir até na aquisição de locomotivas e vagões para operarem nas ferrovias.
O assessor especial fez a previsão de que até o início do segundo semestre será possível reativar a passagem de trens da Malha Oeste, que é a ferrovia que vai de Mairinque, na região de Bauru (SP), e vai até Dourados (MS) e que corta mais de 30 municípios da região de Araçatuba. “Até agosto teremos um trem para parar em Araçatuba”, afirmou.
Na palestra, o representante do Estado enfatizou, ainda, que o transporte ferroviário é muito menos poluente e poderá auxiliar, no futuro, no transporte de passageiros em trechos curtos e médios, até com uso de VLTs (Veículos Leves sobre Trilho).
“Hoje, as cidades convivem com verdadeiras cicatrizes urbanas, com linhas, terminais e equipamentos desativados que servem apenas para criadouro de dengue e para bandido se esconder ou esconder drogas. O governador Rodrigo Garcia, dando continuidade ao trabalho de João Doria, vai mudar esta realidade”, afirmou.
CONSIDERAÇÕES
Na abertura da reunião, o prefeito Dilador Borges realçou a importância histórica da ferrovia para o desbravamento do interior do Estado, determinando o desenho geográfico e a ocupação do solo.
“Várias cidades foram criadas às margens das ferrovias, que infelizmente, nos últimos anos, foi perdendo a força, principalmente em nossa região. Nós, prefeitos, temos um grande compromisso em ajudar na retomada deste importante modal”, afirmou Dilador.
A vice-prefeita Edna Flor falou sobre a conectividade entre os mais diferentes modelos de transporte de carga e de passageiros. Ela também comentou sobre a afetividade que as pessoas têm com os trens, principalmente por causa das lembranças de suas infâncias e adolescências. “Araçatuba tem até um museu ferroviário, para contar e perpetuar este legado”, disse Edna.
Também esteve presente o engenheiro Luiz Antônio Sola, diretor-presidente da empresa Transfesa. Ele, que é especialista em transporte ferroviário, defendeu a viabilidade da Malha Oeste e disse que o Estado está no caminho certo em investir em um sistema rápido, barato e seguro.
A Câmara foi representada pelos vereadores Arnaldinho, Nelsinho Bombeiro e Gilberto Batata Mantovani. Estiveram presentes, ainda, membros dos governos de Bento de Abreu e Penápolis.