O recado foi direto para a classe política, mas também para todas aquelas que cuidam de coisas públicas. “Se a gente cobra dos nossos representantes, uma gestão honesta, transparente e fiscalizada, precisamos fazer isso no Sindicato Rural que inclusive trabalha com dinheiro público, o imposto sindical, e deve sim explicações para toda sociedade”, afirmou Marco. O Sindicato tem assessoria de imprensa, com profissionais que editam um bem elaborado boletim mensal de notícias impressas e on line sobre as ações do Sindicato. Foi essa assessoria quem preparou a coletiva com os jornalistas. Todos receberam um pacote de informações impressas com a prestação de contas das atividades sindicais.
Profissionalismo em todos os sentidos, Marco enumerou 52 ações que o Sindicato Rural realizou em 3 anos de sua gestão. Entre as mais significativas que assombram algumas administrações públicas de hoje em dia, foi comemorada por Garcia: “Temos uma auditoria independente, contratada pra fiscalizar nossa contabilidade”. Foram instalados mecanismos de informatização que permitem gerenciar e localizar pontos de estrangulamento e prejuízo.
Na gestão de Marco os cursos do Senar triplicaram e descentralizaram as aulas que agora são realizadas também na zona rural. O presidente empossado Ivan Carrato fala a mesma linguagem do Marco. Eles querem quebrar paradigmas entre grandes e pequenos produtores. Para eles, todos que tem ou cuidam de uma propriedade estão no raio de ação do Sindicato Rural de Três Lagoas. O curioso disso tudo é que esse procedimento vem sendo adotado pela nova geração de filhos de fazendeiros que viveram o período da divisão entre o grande e o pequeno. Ao invés de manter os diretores e lideranças sindicais como portadores de cargos vitalícios, o Sindicato de Três Lagoas defende exatamente o contrário: a renovação. Por isso, Ivan anunciou que 50% de sua diretoria é constituída de jovens, inclusive alguns que ainda cursam faculdade.
Seu período também foi marcado por ações sociais, entre elas a que levou serviços médicos e odontológico, com exames e outros procedimentos totalmente gratuitos. Mais de 300 pessoas do Distrito de Arapuá foram beneficiadas, a maioria delas dos assentamentos agrários.
É plausível sobre todos os sentidos essa postura do Sindicato que inaugura novas concepções de respeitar o que é público e assim oferece um doloroso exemplo para os políticos que resistem em seus cargos, como que quisessem perpetuar conceitos e posições políticas e ideológica. O Sindicato Rural de Três Lagoas está muito mais que dando espaço ao novo, mas respeitando as invocações sociais.
E quanto tempo um presidente de sindicato deve ficar no cargo? Marco disse que “a democracia depende da alternância, pois ela evita que se instituam grupos de protegidos”. Ele tinha direito de se reeleger no sindicato, mas propôs a substituição por princípio que defende para toda representação pública na política e no sindicato.
No Estado de São Paulo, por exemplo, a Federação da Agricultura é presidida há mais de 30 anos por Fábio Meirelles, com uma gestão que vai do nepotismo até denúncias de corrupção e compra de votos dos presidentes de sindicatos que, anualmente, o reconduzem ao cargo, sempre sob suspeita de compra de votos.
fonte: Noroeste Rural