PCC e Comando Vermelho disputam controle de presídios em MS

Quarta, 20 Setembro 2017 20:24

Foto: Geovanni Gomes/Arquivo

Morte e esquartejamento de Fabiano Nascimento de Almeida fazem parte da guerra entre facções que ficou visível no começo do ano

Emblemática, a morte e esquartejamento do jovem Fabiano Nascimento de Almeida, 22 anos, por membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), é reflexo da guerra entre facções pelo comando dos presídios de todo o país que ‘explodiu’ no início deste ano, com 135 mortes em cadeias do Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte.

Fabiano teve a cabeça, coração e braços arrancados. Antes de morrer gravou um vídeo pedindo desculpas ao PCC. Presos pelo crime bárbaro, Ueslei de Oliveira Rodrigues, 22 anos, Welington de Souza, 24 anos, e Danilo Fernandes, 28 anos, não demonstram arrependimento e decretam: ‘morreu porque era do CV (Comando Vermelho)’.

Reportagem da Folha de S. Paulo mostra que a guerra entre as facções está ocorrendo em todo o país (veja gráfico abaixo). Ela teria começado, entre outros motivos, após o Comando Vermelho proibir os ‘batismos’, como são chamados os recrutamentos de criminosos, do PCC em várias cadeias dominadas pelo grupo. Mas as diferenças não param aí.

“Até pela própria maneira de ser do CV, que é uma facção de guerra, um facção beligerante. Eles são loucos. Eles querem o problema. Eles não raciocinam estrategicamente como o PCC, e até mesmo como outras facções do Rio, como a ADA (Amigos dos Amigos). Eles querem tocar fogo em ônibus, arrastar policial para dentro da favela”, diz fonte ouvida pela Folha de S. Paulo.

República do PCC

A Polícia Civil notou os problemas na relação entre as duas facções no meio do ano passado, quando a quadrilha PCC iniciou uma campanha de cooptação de integrantes da facção inimiga em cidades do interior do Rio de Janeiro, em especial na divisa com São Paulo. O objetivo seria criar a ‘República do PCC’.

Como a aliança entre PCC e CV no Rio tinha como o objetivo dividir o comando do tráfico de drogas, Mato Grosso do Sul se tornou estratégico nessa guerra, por causa da extensão da fronteira seca com o Paraguai. O resultado? Desde o início desse projeto de expansão, MS se tornou o 5º estado com mais integrantes do PCC no país.

Para conquistar seus objetivos, conforme a Folha de S. Paulo, o PCC colocou em prática um plano que inclui enfrentar diretamente bandos rivais para conquistar o domínio de todos os presídios do país. Além das execuções com requintes de crueldade, membros da organização estão em campanha de recrutamento de novos integrantes.

Entre os ‘benefícios’ oferecidos aos membros da organização estariam vendas de droga com 15 dias de prazo para pagar e lucro livre, possibilidade de empréstimo de armas, sorteio de prêmio pela Loteria Federal e contatos em todos os Estados do Brasil, além de países como Bolívia, Colômbia, Paraguai, Venezuela. Além disso, na prisão, direito a comida especial e “chuveirão”.

Para os integrantes, é proibido usar crack – outras drogas são liberadas – e é necessário fazer uma contribuição mensal, chamada de ‘cebola’, para ajudar a família daqueles que estão presos. Entre as regras que podem custar a vida, após o ‘batismo’, o criminoso pode até sair do PCC, mas não deve, em hipótese alguma, ingressar em outro grupo.

fonte: TOPMIDIANEWS

 

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